O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) disse hoje que tem disponíveis 60 milhões de dólares para financiar projectos em Angola, mas alertou para os constrangimentos causados pela burocracia.
Para 2025, segundo o representante residente adjunto do PNUD em Angola, Gabriel Dava, o organismo das Nações Unidas tem um ‘plafond’ financeiro de 60 milhões de dólares (50,8 milhões de euros), cujo grau de execução ronda os cerca de 50%, com o sector da saúde a absorver grande parte do financiamento.
“Temos o sector da saúde, que é o sector que absorver a maior parte do nosso financiamento, por via do Fundo Global, onde financiamos intervenções na área do combate ao HIV, malária e tuberculose e também na área da vacinação e compra de medicamentos essenciais”, disse o responsável.
Em declarações à margem de uma conferência sobre “As Multilaterais e o Financiamento ao Desenvolvimento”, que decorreu em Luanda, Gabriel Dava enumerou também apoios do PNUD nos sectores do ambiente e biodiversidade, energia sustentável, agricultura e irrigação.
Dava, que foi um dos oradores num painel sobre a visão dos financiadores, nesta conferência promovida pela revista Economia & Mercado e a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), falou também sobre constrangimentos, causados por questões burocráticas, na concretização de alguns projectos.
Para o responsável, a burocracia nos processos administrativos é necessária, mas, observou, há situações em que uma comunicação entre dois ministérios para a aprovação de projectos “pode levar entre três e quatro meses”.
Seja como for, “o PNUD, como agência de desenvolvimento, tem como função trabalhar com o Governo para ajudar a ultrapassar estes constrangimentos”, disse à Lusa.
O responsável defendeu também a necessidade de as autoridades angolanas fazerem a monitorização regular dos projectos financiados pelas organizações multilaterais, referindo que a monitorização não pode ser feita apenas do lado do financiador.
O PNUD “faz a sua monitoria dos projectos, o Banco Mundial também o faz, mas nós pensamos que, acima de tudo, quem tem de fazer a monitoria é o Estado angolano, porque estes projectos [financiados pelas organizações multilaterais] são para beneficiar o povo angolano”, notou.
Segundo ainda o representante residente adjunto do PNUD em Angola, é importante as autoridades reforçarem a capacidade de monitorização para verificar se os financiamentos dos projectos respondem aos objectivos preconizados.